Água Salgada na Veia - Redescobrindo o Surf

O Surf foi me apresentando desde pequeno e como um vírus se espalhou em todo meu organismo, me fazendo precisar cada vez mais de água salgada para viver.

Lembro até hoje o dia que ganhei minha primeira prancha, era uma K&K lindona, monoquilha e de segunda mão, diz à galera que esta prancha pertenceu ao Cauli e foi trazida para o Guarujá pelo surfista e grande amigo Amaro Matos.Quando peguei esta prancha em 1980, parecia aquela criança que nunca tinha visto um doce e quando vê se lambuza todinho.

Ficava o maior tempo possível na água e vinha evoluindo muito, pois surfei muitos anos com uma prancha de madeira do shaper Longarina de São Vicente, que só para levar até a praia demorava quase 30 minutos, pois era muito pesada, e meu físico de atleta aos quase 07 anos de idade não era muito avantajado.

Contei um pouco da minha história nesta introdução, pois foi este sentimento que senti quando foi me apresentado o SUP ou Stand UP Paddle Surf, esporte muito praticado em outros países e quem vem ganhando cada vez mais adeptos no Brasil.

Muitos anos trabalhando no surf jornalismo, escrevi diversas matérias sobre a prática do SUP e sempre tive uma grande vontade de conhecer e praticar o esporte, mas devido meu vínculo muito forte com a pranchinha demorei um pouco a me render a prática.Um certo dia o Flavinho que é um amigo de alguns anos me chamou para uma oficina e me apresentou o SUP, na primeira remada já percebi que era uma perspectiva totalmente diferente do surf, embora os dois sejam praticados no mesmo ambiente.

O que mais me impressionou no SUP foi que com ele consegui ter uma nova ótica sobre o mar, digo isso porque, algumas ondas que para mim antes passavam imperceptíveis, passaram a ser “Altas Ondas”, mar flat então que era meu maior temor durante toda a vida, passou a ser mais uma forma de diversão e exercício. O SUP me fez entender o quanto o povo havaiano é evoluído, pois eles que mais cultivaram e cultivam até hoje o conceito Waterman e o respeito pelo oceano.

Hoje surfo todos os dias de SUP e estamos construindo uma grande família no esporte, agradeço ao Flavio Ramalho por me apresentar o esporte, o André por praticamente me colocar dentro da água, e todos os meus amigos que nos apóiam acessando nosso Blog e que são obrigados hoje a dividir o line up conosco.

Escreverei toda a semana, no blog fazendo uma retrospectiva da minha história no surf e a dos meus companheiros.

O nome desta coluna será Água Salgada na veia.

Segue uma reflexão que foi criada por mim alguns anos: “Quando estiver no mar, não reclame da demora ou da formação das ondas, nunca esqueça, que não somos nós que pegamos ou escolhemos as ondas, e sim elas que nos escolhem.”

Aloha para todos!!